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terça-feira, 14 de junho de 2011

Samba da Aurora

"Dance até sem saber dançar" (As Frenéticas)




E em meio a três acordes, eu ouso acordar para uma nova dança
Já deixei nos sonhos os temores da batida do bumbo
Gosto do estrondo, do estrago
Tiro a vida pra dançar, e ela me conduz nos seus passos tortos
Pisão no pé e desafino do violino fazem parte do compasso
Harmonia não se encontra na minha pista
Colido em pares atraídos pela minha melodia
E nessa dança o que importa é se esbarrar

domingo, 12 de junho de 2011

Cartas de Diz Amor

"Todas as cartas de amor são Ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas." (Fernando Pessoa)



Desisto
Já não escrevo mais cartas de amor, pois elas são sinceras demais
Elas me mostram mais do que eu realmente devia

Para quais motivos frasearei alguém em meus versos?
Quantas palavras usarei em vão?
Já não escrevo cartas, de amor ou de cobranças
Os remetentes não se encontram mais onde deviam
Os selos já não valem mais com meus carimbos
Desisti de escrever cartas e versos

Não entendo o que se escreve,
Ou para que me escrevo
Os garranchos em mim já se tornam propositais
Letras se misturam entre as outras, se unem em protesto
Rasgam-se folhas, amassam as palavras, divorciam os sentidos
Não escrevo mais cartas de amor

Meus envelopes estão pequenos para a carta
Não querem servir para acolher palavras
Penso em outras formas, mas todas são quadradas
Penso nas cartas, pois não quero outro jeito
Não quero engarrafar minhas palavras e jogá-las ao mar
Quero uma correnteza, um destino, uma certeza
De ontem em diante, já não escrevo cartas de amor