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sábado, 28 de maio de 2011

Aluga-se Ternos



" Um belo dia resolvi mudar..." (Rita Lee)


Aluga-se ternos.
Todos com alguma vida já usada,
Com algum momento já registrado
Com flores cansadas na lapela.

Contém cores claras, escuras,
Riscos de giz e vidas com riscos,
Por mais precavido que tivesse sido,
Alguns contém manchas de vinho
Um sinal de que com eles celebrei,
Festas agora alinhadas em cabides.

Alugo os trajes que não combinam com meus novos chinelos,
Tornando alivio para meus calos
Apenas alugo por não estarem sob minha medida
Que não me trazem mais ternura
Alugo ternos.




quarta-feira, 25 de maio de 2011

Amar é dar bom dia!

"A medida do amor é amar sem medida" (Victor Hugo)

Entre uma manhã e outra na verdade nada muda,
São todas iguais, cantadas por galos e sinos
O frio da manhã se esquenta entre as pessoas nos corredores dos ônibus
A lei da inércia se aplica nos rostos desconhecidos
Pessoas das quais, os olhos jamais serão vistos novamente,
Dai vem a pergunta: será que elas já foram amadas hoje?

Gente indo a determinado lugar, querendo ficar realmente onde estavam
Saem entre os suspiros dos filhos enrolados em suas cobertas,
Entre beijos nas testas das esposas
Já sabe que não será amada até o retorno para os braços deles

Sempre há uma necessidade de um bom dia
O ânimo aparece mesmo em uma escassa esperança
Onde ontem era motivo de desatinos,
O sorriso misturado entre duas palavras podem trazer a pessoa para si
E fazer ela estar para os outros,
Sempre há a necessidade de ser desejado um bom dia!

Amar é dar bom dia!
Ame as pessoas que verão uma vez na vida
É apenas uma semente que pode trazer jardins na vida alheia
Ame, cada vez mais de modos diferentes
Pois o sentimento do amor é grande demais
Talvez precisaria de varias vidas para utiliza-lo por inteiro

Deseje o bom dia mesmo que o seu esteja com desagrados
Talvez com um sorriso, você mudará o sentido de seus problemas
O dia não é feito de um só momento
E o tempo na verdade é do universo de quem vê

Ame a mim, aos outros, aos estranhos e aos familiares
Transforme seu dia, mude sua fala
As dificuldades é sempre menor do que somos capazes

Um lindo dia aparece sempre para quem vê o sol através do dia nublado
Aparece para quem vê o verde da grama através da lama da chuva
Aparece no sentir o calor do abraço amigo através do vento frio
Amar é dar bom dia, Bom dia a todos! =)




quarta-feira, 18 de maio de 2011

Insetos Interiores


"Não mensuram suas perdas e imposturas [...] Assim são os insetos interiores." ( Anitelli)

Tenho insetos interiores, do qual escuto zumbidos de clemência e pedidos de liberdade, entre as colisões contra minha alma, tentam voar para a fuga. O barulho chega ao ponto de ensurdecer a mim mesmo. Sinto constantemente o veneno de alguns deles introjetando em meu coração, outros perambulando no meu estômago. Entre todos não há um mau, pois são necessários.

Eu tampei as brechas da alma com telas vazias, que não server para filtrar, e sim para barrar tudo o que ali passa, na indiferença injusta. Por isso estão presos, por culpa minha. Sem sair, eles usam de suas capacidades: Parasitam os meus pensamentos!

Os insetos querem esquentar-se de seu sangue frio. Chegou a hora de libertá-los e eles parecem saber disso. Eriçam suas asas, beliscam cascas alheias, atropelam suas crias, aumentam os chiados, estão prontos para se cegarem para a luz de fora. A ansiedade os impede de se organizar.

Na verdade, não sei se realmente todos querem saber os significados dos zumbidos que irão escutar, mas a única certeza é de que terão flores amigas que alojarão o pólen e os lamentos carregados por meus insetos, outras flores jorrarão repelentes para afastá-los. Porém, creio que somente isso não me freia mais.

A minha flora é fértil, meu chão está adubado. As flores que me acompanham serão por mim generosamente regadas com gratidão. Flores que não me ornamentam, considerarei plantas daninhas, pois retiradas, colorirá o meu jardim!

De hoje em diante, serei sempre eu mesmo, de modos diferentes e da melhor maneira que sou capaz!



Bruno Léus

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Felicidade pela fechadura





"A alegria e o sofrimento são inseparáveis como compassos diferentes da mesma música." (Hermann Hesse)





Estou a escutar a felicidade batendo na porta, com fortes estrondos de quem sofre pelo frio. Não sei ainda se minha casa esta pronta para ela. Fico em duvida se a toalha de mesa que escolhi para aguardá-la combina com as xícaras do chá já frio pela demora de minha decisão. Já não sei ao certo se esse é o momento exato de ela entrar.

As minhas mudanças estão muito recentes, ainda em caixotes pela sala, cobertos por jornais de noticias alheias, com conteúdo inspirador. Algumas caixas ainda estão lacradas, e creio que não as abri desde a ultima mudança, pois já estão velhas e empoeiradas. será que a felicidade iria gostar de desvendar o conteúdo delas esquecidos, junto a mim? Pois bem, saberei somente quando destrancar a porta trêmula pelas fortes batidas.

A felicidade tem paciência, escuto ela em uma perseverança injusta pela minha falta de agir. Não entendo o porque de que eu ainda finjo ausência, já que minhas luzes estão todas acesas. Não tem como me esconder. Enfim, respiro e troco os lençóis. Estabilizo as xícaras, para o chá que o bule agora apita na cozinha. Tudo quente novamente. Tento abrir a porta, e ela emperra nas caixas das lembranças, nos jornais, no receio. Nada espero da aparência da felicidade, quero somente que ela venha e desarrume a casa, deite no sofá e entorne chás por todos os meus tecidos.



Uma boa semana a todos! =)